Seu filho precisa de aparelho? Sinais de que você deve procurar um ortodontista

Quando o assunto é saúde bucal infantil, muitos pais se perguntam: Será que meu filho vai precisar usar aparelho? A dúvida é comum — e a boa notícia é que existem sinais precoces que ajudam a identificar quando é o momento certo de procurar um ortodontista.

Neste artigo, vamos explicar quais comportamentos ou características indicam a necessidade de avaliação ortodôntica, qual a idade ideal para a primeira consulta, e por que diagnosticar cedo faz toda a diferença no sucesso do tratamento.

Qual é a idade ideal para a primeira avaliação ortodôntica?

Toda criança deve passar por uma avaliação ortodôntica a partir dos 5 a 6 anos de idade, mesmo que ainda não haja dentes tortos aparentes.

Nessa fase, o ortodontista já consegue analisar:

• Como os dentes permanentes estão nascendo;
• A posição da arcada superior e inferior;
• O padrão de crescimento ósseo facial;
• A presença de hábitos prejudiciais (como chupar o dedo ou respirar pela boca).

Essa avaliação precoce permite intervenções menos invasivas, que podem evitar problemas maiores no futuro ou até reduzir o tempo de uso de aparelho na adolescência.

Sinais de que seu filho pode precisar de aparelho ortodôntico

Se você percebe algum dos sinais abaixo, pode ser o momento certo de agendar uma avaliação com o ortodontista:

1. Dentes tortos, encavalados ou com pouco espaço

Esse é o sinal mais visível e comum. Se os dentes estão sobrepostos, desalinhados ou “espremidos”, isso pode indicar falta de espaço na arcada ou alterações no crescimento ósseo.

2. Dentes com muito espaço entre si

O oposto também pode ocorrer. Diastemas (espaços entre os dentes), especialmente se persistirem após a troca dos dentes de leite, podem indicar necessidade de correção.

3. Mordida incorreta

Observar como os dentes se encaixam é essencial. Fique atento se a criança apresenta:

• Mordida cruzada: quando os dentes superiores mordem por dentro dos inferiores;
• Mordida aberta: quando os dentes da frente não se tocam ao morder;
• Mordida profunda: quando os dentes superiores cobrem excessivamente os inferiores.

Essas condições podem afetar não apenas a estética, mas também a mastigação, a respiração e a fala.

4. Respiração bucal constante

Crianças que respiram pela boca de forma habitual, especialmente ao dormir,  podem desenvolver alterações no formato do palato, da arcada dentária e até da face. Isso exige acompanhamento conjunto com otorrino e ortodontista.

5. Uso prolongado de chupeta ou hábito de chupar o dedo

Esses hábitos, se persistirem por muito tempo, podem interferir diretamente no desenvolvimento da arcada dentária, levando a problemas como mordida aberta ou protrusão dos dentes anteriores.

6. Dificuldade na fala ou na mastigação

Alterações na forma como a criança articula as palavras, engole ou mastiga podem ter origem em desalinhamentos dentários ou esqueléticos.

7. Queixo muito projetado ou retraído

O padrão facial também deve ser observado. Um queixo muito para frente (Classe III) ou muito recuado (Classe II) pode indicar um desequilíbrio entre as arcadas, que tende a se acentuar com o crescimento.

Por que tratar cedo é melhor?

A ortodontia interceptativa (realizada na infância) tem como objetivo guiar o crescimento ósseo, corrigir hábitos nocivos e criar espaço para a erupção adequada dos dentes permanentes.

Entre os principais benefícios do tratamento precoce, destacam-se:

• Reduzir ou evitar a necessidade de extrações futuras;
• Corrigir a mordida em fase de crescimento, quando o osso ainda está em formação;
• Prevenir desgastes dentários e problemas articulares;
• Melhorar a respiração, mastigação e fala;
• Promover mais conforto e autoestima desde cedo.

Aparelhos em crianças: quais são as opções?

A infância é o momento ideal para intervir em diversos problemas ortodônticos. Nessa fase, o crescimento ósseo ainda está em desenvolvimento, o que permite que o tratamento seja mais eficaz, confortável e, muitas vezes, menos invasivo. Mas afinal, quais são os tipos de aparelhos mais indicados para crianças?

A escolha do aparelho ideal depende de vários fatores, como:

• A idade da criança;
• O estágio da dentição (de leite, mista ou permanente);
• A presença de hábitos orais (chupar dedo, respiração bucal, deglutição atípica);
• E, claro, a necessidade específica de cada caso clínico.

A seguir, conheça os principais tipos de aparelhos ortodônticos utilizados em crianças e suas indicações:

Aparelhos ortopédicos funcionais

São dispositivos projetados para modular o crescimento ósseo dos maxilares, guiando o desenvolvimento facial da criança de forma equilibrada. Podem ser removíveis ou fixos, e são especialmente indicados para crianças com:

• Desarmonia entre as arcadas (Classe II ou Classe III);
• Queixo muito para frente ou para trás;
• Alterações no padrão de crescimento ósseo.

Esses aparelhos atuam sobre a musculatura e a função mastigatória, e quando utilizados no tempo certo, podem evitar extrações ou tratamentos mais complexos na adolescência.

Disjuntores palatinos

O disjuntor é um aparelho fixo, instalado no céu da boca (palato), utilizado para disjuntar a maxila em crianças com:

• Mordida cruzada posterior;
• Arco superior estreito;
• Respiração bucal crônica;
• Desequilíbrio no encaixe entre as arcadas.

Disjuntor palatino

A expansão do palato deve ser feita preferencialmente enquanto a sutura óssea palatina ainda está aberta — ou seja, na infância. Isso permite uma expansão ortopédica real, com ganho de espaço, formação óssea e melhora funcional da respiração e da oclusão.

Aparelhos miofuncionais (como o Occlus-o-Guide e Myobrace)

São aparelhos miofuncionais removíveis indicado principalmente para crianças ainda em fase de crescimento. Ele atua de forma leve e progressiva para:

• Guiar a erupção correta dos dentes permanentes;
• Corrigir a mordida de forma precoce;
• Reeducar funções orais, como respiração, deglutição e posição da língua.

Aparelho miofuncional Occlus-o-Guide

Aparelho miofuncional Myobrace

São bem aceitos pelas crianças, devendo ser usados por algumas horas durante o dia e durante toda a noite. Têm ação preventiva — podendo até evitar o uso de aparelhos fixos no futuro.

Invisalign First e Invisalign Expander

O Invisalign First é uma linha de alinhadores transparentes desenvolvida especialmente para crianças entre 6 e 10 anos, ainda em dentição mista.

Já o Invisalign Expander é uma evolução tecnológica que permite a expansão do arco dentário de forma gradual e digitalmente planejada, sem o uso de aparelhos metálicos.

Invisalign Expander

Ambos proporcionam:

• Melhor higiene, por serem removíveis;
• Excelente aceitação estética;
• Planejamento 3D personalizado.

Aparelhos fixos ou alinhadores para adolescentes

A partir do momento em que todos os dentes permanentes já erupcionaram, o ortodontista pode indicar o uso de:

• Aparelhos fixos metálicos ou estéticos (cerâmicos ou de safira);
• Alinhadores transparentes, como o Invisalign.

A escolha entre um ou outro dependerá da complexidade do caso, do nível de colaboração do paciente e da preferência estética.

Conclusão

Identificar precocemente os sinais de que seu filho pode precisar de aparelho é um passo importante para garantir não apenas um sorriso bonito, mas também uma função mastigatória saudável, uma respiração adequada e autoestima positiva.

Se você notou algum dos sinais mencionados, não espere os dentes permanentes estarem todos na boca para procurar ajuda.

A clínica Kátia Rie Odontologia oferece atendimento em odontopediatria, ortopedia funcional dos maxilares e ortodontia para crianças a partir dos 5 anos e adolescentes.

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