Cárie Dentária: sintomas, tratamentos e como prevenir

A cárie dentária é uma das doenças mais frequentes em todo o mundo — e, ao mesmo tempo, uma das mais negligenciadas.

Mesmo com os avanços da odontologia, ela ainda afeta pessoas de todas as idades, podendo comprometer não apenas a estética do sorriso, mas também a mastigação, a fala e até a saúde geral.

Neste artigo, você vai entender de forma clara e aprofundada o que é a cárie, como ela se desenvolve, quais são os sintomas em cada fase, quais tratamentos são indicados e, principalmente, como preveni-la de forma eficaz e duradoura.

O que é a cárie dentária?

A cárie é uma doença biofilme-dependente, crônica e multifatorial, causada principalmente pela ação de bactérias presentes na microbiota bucal. Ela ocorre quando essas bactérias metabolizam açúcares e produzem ácidos que desmineralizam progressivamente os tecidos duros do dente — começando pelo esmalte e podendo atingir a dentina e a polpa.

A bactéria Streptococcus mutans é a principal vilã nesse processo, mas outros microrganismos também contribuem para o avanço da doença.

A progressão da cárie depende de quatro fatores principais:

  • Presença de placa bacteriana (biofilme);
  • Exposição frequente ao açúcar;
  • Tempo de exposição sem remoção do biofilme;
  • Susceptibilidade do hospedeiro, como a qualidade do esmalte e a quantidade de saliva (saliva espessa ou em pouca quantidade pode favorecer a doença).

Como a cárie se forma? Etapa por etapa

 

A formação da cárie dentária é um processo dinâmico e multifatorial, que pode evoluir lentamente ao longo do tempo — ou de forma mais acelerada, dependendo de fatores como alimentação, higiene bucal, fluxo salivar e predisposição individual. Entender as etapas desse processo é fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce.

 

1. Desmineralização inicial: o primeiro sinal invisível

Nesta fase, ainda não há cavidade aparente. O que ocorre é uma perda progressiva de minerais (como cálcio e fosfato) da estrutura do esmalte dentário, causada pela ação de ácidos produzidos pelas bactérias do biofilme após o consumo de açúcares fermentáveis.

Visualmente, pode surgir uma mancha branca opaca, sinal de que o esmalte está mais poroso. A boa notícia é que essa lesão é reversível, com uso de flúor e melhoria dos hábitos de higiene.

Nesta etapa, o paciente geralmente não sente dor, o que reforça a importância das consultas regulares para detecção precoce.

 

2. Formação da lesão cariosa: o surgimento da cavidade

Se a desmineralização não for interrompida, o processo avança e ocorre uma perda real de estrutura, formando uma cavidade no esmalte. A cárie deixa de ser apenas química e passa a ter também um componente mecânico (destrutivo).

Nesta fase, o dente pode apresentar:

  • Sensibilidade leve a alimentos doces ou frios;
  • Pequenas cavidades visíveis ou ao toque com fio dental.
  • A remoção do tecido cariado e a restauração com resina composta costumam ser suficientes para tratar a lesão.

3. Progressão para a dentina: a cárie acelera e causa dor

Ao ultrapassar o esmalte e atingir a dentina — tecido mais poroso e menos mineralizado —, a cárie tende a avançar mais rapidamente. Isso acontece porque a dentina permite maior difusão dos ácidos e contém terminações nervosas que aumentam a sensibilidade.

O paciente pode sentir:

  • Dor ao mastigar ou ao consumir alimentos frios, quentes ou doces;
  • Incômodo persistente, mesmo sem estímulo externo;
  • Aumento do tamanho da cavidade.

Nessa fase, o tratamento envolve a remoção profunda do tecido cariado e uma reconstrução cuidadosa, para preservar a vitalidade pulpar.

 

4. Invasão da polpa dentária: infecção e dor intensa

Se não tratada a tempo, a cárie alcança a polpa dentária, que é a parte mais interna do dente, rica em nervos e vasos sanguíneos. Esse processo pode causar:

  • Dor intensa, pulsátil e constante;
    Sensação de “dente latejando”;
  • Inchaço ao redor do dente;
  • Possível necrose pulpar (morte do tecido nervoso).

Nesta fase, é indicado o tratamento endodôntico (canal), que consiste na remoção da polpa infectada, descontaminação dos canais e selamento interno do dente.

 

5. Complicações avançadas: risco à saúde geral

A cárie que não recebe tratamento adequado pode evoluir para complicações mais graves, como:

 

  • Abscesso dentário: acúmulo de pus na raiz do dente, causando inchaço, dor e febre;
  • Fístula gengival: formação de um canal que drena o pus para a cavidade bucal;
  • Infecção disseminada: em casos extremos, a infecção pode atingir tecidos profundos do rosto, pescoço ou mesmo órgãos vitais, caracterizando um risco à saúde sistêmica;
  • Perda do dente: quando a estrutura está muito destruída, não há como salvar o dente, sendo necessária a extração e, posteriormente, a reabilitação com implante ou prótese.

Sintomas da Cárie: Saiba reconhecer os sinais antes que seja tarde

A cárie dentária pode evoluir de maneira silenciosa, especialmente em suas fases iniciais.

Por isso, muitas vezes o problema só é percebido quando já causou danos significativos à estrutura do dente.

Reconhecer os sinais precoces da cárie é fundamental para evitar tratamentos mais invasivos — e preservar seu sorriso com saúde e tranquilidade.

É importante lembrar: a ausência de dor não significa ausência de doença.

Visitas regulares ao dentista permitem identificar a cárie ainda em estágios iniciais, quando o tratamento é mais simples, rápido e menos custoso.

A seguir, conheça os principais sintomas da cárie de acordo com o estágio de evolução da lesão:

Estágio da Cárie Sinais e Sintomas
Cárie incipiente (lesão inicial) Surgimento de manchas brancas opacas (indicam perda mineral no esmalte); normalmente assintomática. Pode ser revertida com flúor e mudança de hábitos.
Cárie superficial Leve sensibilidade ao frio, doce ou ácido; cavidade ainda pequena, pouco visível. A dor pode surgir apenas ao estímulo.
Cárie moderada Cavidade mais perceptível, com dor ao mastigar, sensibilidade persistente e buracos visíveis.
Cárie profunda Dor intensa e espontânea, principalmente à noite; inflamação e desconforto ao toque.
Cárie avançada com complicações Infecção com abscesso, dor que irradia, inchaço, febre e possível necessidade de extração.
Estágios da Cárie e seus Sinais

Tratamentos para Cárie

O que o dentista pode fazer?

O tratamento da cárie dentária depende diretamente do estágio em que a lesão se encontra.

Quanto mais cedo o problema é identificado, mais simples e conservador tende a ser o procedimento.

O objetivo é sempre preservar ao máximo a estrutura natural do dente e garantir a saúde bucal do paciente.

A seguir, conheça os principais tipos de tratamentos indicados para diferentes níveis de comprometimento dentário:

 

1. Fluorterapia – Reversão da Cárie Inicial

Quando a lesão ainda está restrita ao esmalte e não há cavidade visível, a cárie pode ser revertida. Nesta fase, os danos são apenas de desmineralização, e ainda não houve perda estrutural significativa.

O tratamento é feito com:

  • Géis, vernizes ou espumas fluoretadas, aplicados diretamente sobre os dentes;
  • Suplementação com creme dental com alta concentração de flúor;
  • Reforço na higiene bucal e controle alimentar (especialmente redução de açúcares).

A fluorterapia é indolor, segura e muito eficaz, especialmente em crianças e adolescentes ou pacientes com risco elevado de cárie.

 

2. Restauração com Resina Composta – Tratamento Conservador e Estético

Quando a cárie atinge o esmalte e avança para a dentina, formando uma cavidade, é necessário remover o tecido cariado e restaurar a forma e função do dente.

O material mais utilizado é a resina composta, que tem excelente estética e adesão ao dente. A restauração é feita em consultório, geralmente em uma única sessão, e permite:

  • Reconstruir a anatomia dentária;
  • Eliminar a sensibilidade e a dor;
  • Restaurar a capacidade mastigatória;
  • Evitar a progressão da lesão.

A escolha da cor da resina é feita de forma personalizada, garantindo um resultado natural e harmonioso.

 

3. Tratamento Endodôntico (Canal) – Quando a Cárie Chega à Polpa

Se a cárie não for tratada a tempo, ela pode atingir a polpa dentária — o “coração” do dente, onde ficam os vasos sanguíneos e terminações nervosas.

Nessa fase, o paciente costuma relatar dor intensa, contínua e espontânea, além de possível inchaço na gengiva.

O tratamento de canal consiste em:

  • Remover a polpa infectada;
    Limpar, desinfetar e moldar os canais radiculares;
  • Preencher os canais com material obturador (como a guta-percha);
  • Reconstruir o dente com resina, pino ou coroa protética, dependendo do comprometimento da estrutura.

Esse procedimento é essencial para eliminar a infecção e salvar o dente, evitando sua extração.

 

4. Coroas e Onlays – Proteção para Dentes Muito Danificados

Quando a cárie destruiu uma parte significativa do dente, a simples restauração pode não ser suficiente.

Nesses casos, o dentista pode optar por restaurações indiretas, como:

Onlays ou inlays: peças feitas em laboratório que substituem parte da coroa do dente. São coladas de forma precisa e conservadora.

Coroas protéticas: recobrem todo o dente, devolvendo forma, função e resistência.

Esses tratamentos são indicados quando:

  • A cárie comprometeu cúspides ou a maior parte da superfície dentária;
  • O dente foi tratado endodonticamente e perdeu muita estrutura;
  • Há necessidade de reforçar o dente para suportar a mastigação.

As coroas podem ser feitas de cerâmica, zircônia, metalocerâmica ou outros materiais modernos, com excelente resultado estético e funcional.

 

5. Extração Dentária – Quando o Dente Está Irrecuperável

Em casos extremos, quando a cárie destruiu completamente o dente ou há risco à saúde do paciente, a extração pode ser a única opção viável.

Sinais de que a extração pode ser necessária:

  • Fratura extensa da raiz;
  • Infecção crônica não tratável com canal;
  • Comprometimento ósseo severo ao redor do dente.
  • Após a extração, é essencial pensar na reabilitação da função mastigatória e estética, com alternativas como:
  • Implantes dentários;
  • Próteses fixas ou removíveis;
    Pônticos provisórios, no caso de pacientes em tratamento ortodôntico.

A ausência de dentes pode causar perda óssea, desalinhamento dos dentes vizinhos e sobrecarga na mastigação — por isso, a reposição deve ser planejada com cuidado.

Como prevenir a cárie dentária?

A prevenção é simples, mas exige constância. Veja os principais pilares:

 

1. Higiene bucal de qualidade

  • Escove os dentes ao acordar, antes de dormir e após refeições principais;
  • Use creme dental com flúor (mínimo 1.000 ppm);
  • Passe fio dental diariamente, especialmente à noite;
  • Escove também a língua, que abriga milhões de bactérias.

2. Alimentação equilibrada

  • Evite alimentos ricos em açúcar, especialmente os pegajosos (como balas e bolachas recheadas);
  • Prefira alimentos que estimulam a salivação, como maçã, cenoura e castanhas;
  • Beba bastante água para manter a boca hidratada e auxiliar na limpeza natural dos dentes.

3. Acompanhamento odontológico

  • Vá ao dentista a cada 6 meses (ou conforme necessidade individual);
  • Realize profilaxias profissionais para remoção de tártaro e biofilme;
  • Avalie o uso de selantes dentários, especialmente em crianças com sulcos profundos.

4. Fluorterapia e selantes

  • O flúor é essencial na prevenção e pode ser aplicado em consultório com maior concentração;
  • Selantes protegem regiões de difícil acesso e são indicados principalmente para molares permanentes em crianças.
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E quanto às crianças? A cárie infantil é perigosa?

Sim. A cárie de mamadeira, por exemplo, pode causar destruição rápida dos dentes de leite. Além do impacto estético e funcional, pode comprometer a dentição permanente. É fundamental:

  • Evitar mamadeiras com açúcar;
  • Nunca deixar a criança dormir mamando;
  • Começar a higiene bucal desde o nascimento, mesmo antes dos primeiros dentes;
  • Levar a criança ao dentista a partir dos seis a sete meses.

Cárie e saúde geral: há relação?

Sim. Lesões cariosas extensas e não tratadas podem originar infecções graves que se espalham para outras partes do corpo. Há também correlações entre doenças periodontais (comuns em pacientes com higiene deficiente) e problemas como:

  • Doenças cardiovasculares;
  • Diabetes mal controlado;
  • Partos prematuros.

Ou seja: cuidar dos dentes é cuidar da saúde como um todo.

Conclusão: Cárie tem prevenção, diagnóstico e tratamento

A cárie dentária não precisa ser uma realidade inevitável. Com um pouco de atenção, bons hábitos e acompanhamento profissional, é perfeitamente possível manter os dentes saudáveis por toda a vida.

Sinta-se acolhido em buscar orientação profissional mesmo antes de qualquer sintoma.

Prevenir é sempre o melhor caminho — e seu sorriso merece esse cuidado.

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Dr. Sérgio Garcia Ribeiro - CROSP 44954

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